terça-feira, 24 de janeiro de 2012

musculação x contração perineal

                




Nas últimas décadas tem se falado da atividade física preventiva como forma de manutenção da saúde. Incentiva-se incessantemente o condicionamento físico como prevenção de problemas de saúde e otimização da qualidade de vida do cidadão em geral. É conhecido que exercícios físicos regulares mostram-se eficazes na melhoria da qualidade de vida da população em geral, diminuindo assim a incidência de processos patológicos muitas vezes exigentes de correção cirúrgica, além de profundos impactos na vida da população. Tais problemas podem ser evitados com a fisioterapia. Músculos podem ser fortalecidos por exercícios físicos, e os músculos do assoalho pélvico não fogem a regra. Se eles podem ser fortalecidos, certamente é possível evitar seu enfraquecimento, e desta forma, prevenir a precipitação da incontinência urinária e de outras alterações como prolapso genital.

Riscos da musculação de academia pra quem desconhece a MAP (músculos do assoalho pélvico):

Pelo fato de a MAP estar praticamente isolada numa cavidade óssea e com pouco contato com outras musculaturas, não existe nenhum exercício de academia que exercite "também" a MAP. A inervação da MAP é exclusiva, não sendo dividida, portanto com nenhum outro grupo muscular. Ela só pode ser treinada de maneira exclusiva e consciente!
Ainda, estudos recentes têm apontado que atletas femininas que praticam atividades de grande carga tendem mais a apresentar problemas no assoalho pélvico. Não é difícil encontrar, por exemplo, atletas de fisiculturismo que sofreram lacerações do períneo durante esforços extremos.
A MAP deve ser contraída conscientemente durante os exercícios de musculação, para que seja evitada sobrecarga sobre os órgãos e outras estruturas do assoalho pélvico. Saber contrair eficazmente a MAP é fundamental para evitar lesões em mulheres que praticam musculação (de qualquer intensidade) ou maiores esforços físicos.
Importante: Sempre trabalhe sua respiração durante os exercícios para a MAP. Procure relaxar e respirar de maneira lenta, suave e profunda. Nunca tranque a respiração, pois desta forma os abdominais devem estar sendo contraídos indesejavelmente ao invés dos MAP, contrariando os objetivos do treinamento.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

CA de Mama

O câncer de mama está relacionado à vários fatores, entre eles estão a hereditariedade, paridade tardia, menopausa tardia, obesidade e a presença de estrógenos exógenos em mulheres jovens, com idade inferior a 45 anos, onde propiciam a evolução do tumor.

Não há como prevenir o aparecimento de tal patologia, mas o auto-exame e a detecção precoce influenciam diretamente no prognóstico.

Vários exames são utilizados na investigação diagnóstica. A Mamografia, mais nítida após os 40 anos, pois a mama perde tecido adiposo; U.S. mamária, complementando a mamografia; Citologia oncótica e Biópsia do nódulo.
A retirada da mama, ou de parte dela, em casos de câncer localizado, foi descoberta e escolhida como forma de tratamento mais eficaz. Atualmente, encontramos os seguintes tipos de cirurgia em pacientes portadoras de Câncer de Mama, dependendo do grau e da evolução da tumoração existente:
* Exerese do nódulo - retirando apenas o nódulo canceroso, sem comprometimento de linfonodos;

* Quadrantectomia - retirada do quadrante envolvido e linfonodos axilares, muito utilizada em nódulos de pequenas proporções;

* Mastectomia - retirada total do tecido mamário. Esta pode ser realizada de três maneiras, comprometendo as funções da paciente a depender do quadro já instalado e do método cirúrgico utilizado como tratamento curativo. Logo, encontraremos:

1. Mastectomia Higiênica - retirando apenas o tecido mamário, para alívio da dor e do sofrimento em casos de metástase, sem indicação curativa, nem esvaziamento axilar.

2. Mastectomia a Haested ou Radical - retirando o tecido mamário, peitoral maior, peitoral menor, linfáticos e fibrogranulosos axilares, com incisão horizontal mais frequente.

3. Mastectomia a Patey ou Radical Modificada - retirando a mama, peitoral menor e linfáticos axilares, preservando o peitoral maior, protegendo assim o gradil costal e mantendo uma melhor movimentação do membro superior homolateral.
O tumor mamário mais comum é o Carcinoma Ductal Infiltrante, que, dependendo do estágio em que chega ao hospital, pode ou não passar por sessões de Radioterapia e Quimioterapia, para redução do nódulo, possibilitando o procedimento cirúrgico. São feitas 25 ( vinte e cinco ) aplicações de Radioterapia em 25 ( vinte e cinco ) dias consecutivos no campo delimitado pelo médico e 6 ( seis ) ciclos de Quimioterapia, além da Hormônioterapia antiestrógeno por 5 ( cinco ) anos para inibir o crescimento celular.
A Avaliação Fisioterapêutica pré-operatória é essencial para o acompanhamento geral das consequências provenientes da cirurgia, elaboração de um prognóstico de recuperação e conscientização da paciente sobre a importância e os procedimentos da Fisioterapia no Pós- Operatório, além de esclarecer sobre a cirurgia, caso a mesma ainda não o saiba.
Nesta etapa, o Fisioterapeuta busca a anamnese e toda a história clínica da paciente nos formulários hospitalares, pastas e prontuários, que contém todos os exames realizados, e explicados anteriormente. É extrememnte importante que o Fisio esteja a par de todas as informações relevantes sobre cada paciente a ser tratado. É feita a coleta dos dados, sinais vitais ( FC,FR, TA) , ausculta pulmonar, avaliação das ADMs globais e força muscular, postura, presença de deformidades e, não menos importante que todas essas informações, devemos estar atentos ao estado emocional da paciente, que poderá interferir diretamente na evolução do tratamento Pós cirúrgico, melhora do quadro e realização das condutas.
O Fisioterapeuta deve ter conhecimento aprofundado das complicações pós-cirúrgicas da mastectomia, e ter realizado uma prévia avaliação da paciente para elaborar um programa de reabilitação relacionando os estados pré e pór operatórios.

As complicações mais comuns são:

* Escápula alada - devido a fraqueza do Serrátil anterior;

* Lesões das raízes do Plexo braquial; ( C5 - T3 )

* Limitação da flexão e rotação do ombro - em sua maioria, por medo;

* Linfedema - pela retirada dos linfáticos axilares;

* Sensação dolorosa e de peso no ombro - associada ao linfedema;

* Limitação da expansibilidade torácica - onde a Fisioterapia deve intervir imediatamente;

* Parestesias.

A atuação do fisioterapeuta deve ser iniciada no pré-operatório, objetivando conhecer as alterações pré-existentes e identificar os possíveis fatores de risco para as complicações pós-operatórias, e quando necessário, deve ser instituído tratamento fisioterapêutico nesta etapa, visando minimizar e prevenir as possíveis seqüelas. No pós-operatório imediato, objetiva-se identificar alterações neurológicas ocorridas durante o ato operatório, presença de sintomatologias álgicas, edema linfático precoce, e alterações na dinâmica respiratória.
Os exercícios realizados nos programas de reabilitação física no pós-operatório de câncer de mama não seguem um guideline. Muitas propostas de reabilitação foram desenvolvidas para minimizar as complicações pós-operatórias, como o volume de secreção drenada, a incidência de seroma, de deiscência da ferida cirúrgica e, a longo prazo, o desenvolvimento de linfedema crônico.
A fisioterapia precoce tem como objetivos prevenir complicações, promover adequada recuperação funcional e, conseqüentemente, propiciar melhor qualidade de vida às mulheres submetidas à cirurgia para tratamento de câncer de mama. Entretanto, questiona-se qual a melhor maneira de realizar esses exercícios e qual a sua influência nas complicações pós-operatórias.

Os programas de reabilitação no pós-cirúrgico das pacientes submetidas à mastectomia ou a tratamento conservador com dissecção axilar são parcialmente descritos na literatura do ponto de vista da especificação dos exercícios realizados. Existem programas estruturados em contrações isométricas da musculatura do ombro, braço e mão, nos quais a paciente é instruída a levantar, com as mãos unidas, em flexão, abdução e rotação do ombro até o limite de dor; em outros em que a paciente é estimulada a realizar exercícios ativo-livres em todos os movimentos fisiológicos do ombro.