segunda-feira, 16 de abril de 2012

Dor Pélvica Crônica





Dor pélvica crônica é definida como dor pélvica não menstrual ou não cíclica, com duração de pelo menos seis meses, suficientemente intensa para interferir em atividades habituais e que necessita de tratamento clínico ou cirúrgico.
A etiologia não é clara e, usualmente, resulta de uma complexa interação entre os sistemas gastrintestinal, urinário, ginecológico, músculo-esquelético, neurológico, psicológico e endócrino, influenciado ainda por fatores socioculturais
Mas independente da causa, os sintomas são característicos. A dor decorrente da DPC é um dos sintomas que mais afetam a qualidade de vida das mulheres, comprometendo as atividades diárias e os aspectos sexuais (dor na relação, falta de interesse, anorgasmia).
Essa dor intensa causa um aumento da tensão muscular no corpo, e como a musculatura da pelve, abdome, coluna e membros inferiores dividem a inervação com estruturas do aparelho urogenital, muitas vezes a dor oriunda dessas estruturas pode facilmente confundir uma dor de origem uroginecológica, gerando um ciclo vicioso de dor e tensão. 
A dor pélvica crônica devido a uma condição ginecológica geralmente é tratada clinicamente. Em alguns casos, no entanto, a cirurgia pode ser o tratamento de escolha. 
          
TRATAMENTO CLÍNICO           
Medicação pode ser prescrita uma vez que os exames laboratoriais e de imagem sugiram que a dor é devido a uma condição ginecológica. Drogas que podem ser usadas incluem:
 ·         Anti-inflamatórios não esteróides;
 ·         Anticoncepcionais orais;
 ·         Antibióticos, em casos de doença inflamatória pélvica;
 ·         Análogos do GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina), usados para tratar alguns casos de endometriose. 
           
CLÍNICAS DE MANEJO DA DOR           
Se as medicações não são efetivas no tratamento da dor, a mulher deve ser encaminhada a uma clínica especializada no manejo da dor. Os serviços de dor utilizam múltiplas modalidades de tratamento, incluindo:
 ·         Acupuntura;
 ·         Biofeedbck e técnicas de relaxamento;
 ·         Estimulação nervosa;
 ·         Injeção de anestesia local nos pontos dolorosos.Os serviços de dor podem ajudar mulheres que se tornaram dependentes de narcóticos para o alívio da dor. 
          
TRATAMENTO CIRÚRGICO           
Poucas causas ginecológicas de dor pélvica crônica podem ser tratadas cirurgicamente. Por exemplo, algumas mulheres se beneficiam com a remoção cirúrgica de focos de endometriose. A histerectomia pode aliviar a dor pélvica crônica, especialmente quando esta é decorrente de desordens como adenomiose e miomas. No entanto, a dor pode persistir mesmo após a histerectomia, particularmente em mulheres jovens e em mulheres com história de doença inflamatória pélvica crônica ou disfunção do assoalho pélvico. Histerectomia não é uma boa escolha para o manejo da dor pélvica crônica em mulheres que ainda pensam em engravidar.            
 A cirurgia para se cortar alguns nervos da pelve também tem sido estudada como tratamento para dor pélvica crônica, mas até o momento esta alternativa não provou ser efetiva para a maioria das mulheres. 


FISIOTERAPIA          

A fisioterapia de assoalho pélvico é freqüentemente útil para mulheres com músculos pélvicos dolorosos e tensos. Este tipo de fisioterapia visa diminuir a tensão nestes músculos; o tratamento é direcionado aos músculos na vagina, quadril, coxas e região lombar baixa. Os fisioterapeutas que realizam este tipo de fisioterapia devem ser especialmente treinados. 
É muito importante que a paciente com DPC saiba que o tratamento não proporciona a cura, e sim o alívio dos sintomas, melhorando a sua qualidade de vida.
Além da fisioterapia, uma abordagem multidisciplinar se faz necessária, incluindo principalmente médico e psicólogo.  Como as mulheres com DPC frequentemente apresentam alguma alteração na musculatura do assoalho pélvico, a fisioterapia atua no alívio da dor e na reeducação muscular e sensitiva desta região.
Para alcançar esses objetivos o fisioterapeuta faz uso de massagens, liberação dos trigger points (pontos de tensão muscular), alongamentos, exercícios terapêuticos e trabalho postural. É importante que a mulher procure um fisioterapeuta especialista em uroginecologia. 
A melhora é gradual e o processo pode ser doloroso, mas é fundamental que a mulher persista e realize o tratamento regularmente

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